Gripe aviária na Península Ibérica preocupa consumidores: Posso continuar a comer ovos e omeletes com segurança?

A intensificação dos casos levou a indústria avícola a antecipar perdas económicas e a alertar para possíveis subidas de preços

Francisco Laranjeira
Novembro 16, 2025
11:00

A crescente preocupação com o impacto da gripe aviária voltou a colocar os consumidores em alerta, sobretudo quanto à segurança do consumo de ovos e carne de aves. Apesar do aumento de casos na Europa e das medidas mais restritivas adotadas em vários países, o consumo de ovos e de carne de frango ou peru continua seguro, desde que cozinhados de forma adequada e adquiridos através de fontes certificadas, indicou a publicação ‘HuffPost’, que lembrou que o vírus é eliminado pelo calor, pelo que a confeção completa dos alimentos impede qualquer risco de transmissão.

A garantia das autoridades surge num momento em que Espanha ordenou o confinamento obrigatório de todas as quintas avícolas ao ar livre e determinou testes a todas as aves, incluindo explorações biológicas e produções para consumo próprio. A decisão foi tomada após a deteção de 139 surtos na Europa desde julho de 2025 e de 14 focos em território espanhol, metade dos quais na região de Castela e Leão.

Alarmes no setor, mas controlo alimentar mantém-se rigoroso

A intensificação dos casos levou a indústria avícola a antecipar perdas económicas e a alertar para possíveis subidas de preços. Ainda assim, as autoridades espanholas e europeias reiteram que não existe risco de saúde pública associado ao consumo de ovos ou carne de aves, uma vez que os produtos que chegam ao consumidor final passam por sistemas de controlo estritos e sucessivos. Os casos registados em humanos resultaram de contacto direto com aves infetadas sem proteção, e não de alimentos.

A transmissão sustentada entre pessoas continua a não existir, e o contágio por via alimentar é considerado altamente improvável. A orientação permanece clara: cozinhar completamente, manter boas práticas de higiene na cozinha e comprar apenas produtos com certificação oficial.

Portugal impõe confinamento de aves domésticas em 95 zonas de alto risco

Em Portugal, o risco de disseminação da gripe aviária levou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) a ordenar o confinamento obrigatório de aves domésticas em 95 zonas identificadas como de alto risco, distribuídas por 14 distritos, entre eles Porto, Lisboa, Braga, Aveiro, Santarém e Faro. Segundo a Lusa, todas as aves de capoeira e aves em cativeiro, incluindo detenções caseiras, têm de permanecer alojadas de forma a impedir contacto com aves selvagens.

O país contabiliza 31 focos detetados este ano, com os mais recentes localizados numa exposição de aves em Aveiro e num estabelecimento no distrito de Santarém. Estas áreas ficam sujeitas a restrições sanitárias que se prolongam até meados de dezembro, dependendo da localização. A DGAV lembra que os vírus de alta patogenicidade provocam mortalidade elevada nas aves e podem implicar suspensões de comercialização e de exportação.

Medidas reforçadas, mas consumo mantém-se seguro

Com Espanha e Portugal a impor medidas mais rígidas para travar a propagação da doença, o essencial mantém-se inalterado: é seguro consumir ovos e carne de aves, desde que bem cozinhados e de origem certificada. As autoridades insistem que o controlo realizado ao longo da cadeia alimentar garante que apenas produtos seguros chegam ao consumidor — ainda que o impacto económico no setor possa traduzir-se em aumentos de preços nas próximas semanas.

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